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Jesus revela que o homem é livre para decidir o seu destino, mesmo que Deus já o conheça. Respeitando a liberdade dos filhos, o Pai respeita suas decisões. Jesus e Maria são os modelos perfeitos das verdadeiras e santas escolhas, pela obediência a Deus, decidindo pela santidade.
Pe. Aerton Sales da Cunha
17 de setembro 1943
Diz Jesus:
«O que disse o Livro da Sabedoria, no cap. 6° versículo 1-10, já foi por Mim explicado mais de uma vez, desde que Eu me tornei teu Mestre, de forma mais ampla do que para muitos dos teus irmãos. Não vamos portanto ter em conta essas palavras. A verdadeira sabedoria foi-te explicada muito antes que o Livro se abrisse para ti naquela página.
Não te surpreendas se outras vezes vais achar no Livro, sentidos e palavras iguais às ditas por Mim. Eu sou a Palavra do Pai, e a Palavra é sempre uma. Portanto é a mesma agora como era no tempo dos patriarcas e profetas. Óbvio, que lendo as antigas palavras, estas são iguais às novas que ouves por Mim. Sou Eu que te falo agora, como era Eu que falava aos antepassados. Se o vosso tempo e os vossos pensamentos muito mudaram, se você, meu pequeno João, é tão diferente dos patriarcas e dos veementes profetas, Eu sou sempre o mesmo, igual, imutável na palavra e na doutrina.
Deus não muda. Se adequa às vossas mutações, à vossa, chamemos ainda: evolução, nos contornos do seu trabalho, mas o seu núcleo, o verdadeiro conteúdo do seu ensino onde não é coisa da vida que passa, mas coisa da alma que não morre, fica e ficará sempre o mesmo. Também se a Terra permanecesse ainda por mil ou dez mil anos ainda, e o homem atingisse uma evolução material – note-se bem – tal de permitir-lhe abolir às leis do espaço, da gravidade, da velocidade, e se tornasse quase onipresente mediante instrumentos que eliminam as separações, aos quais se está encaminhado, e que vós chamais com nomes científicos de televisão, telefone e similares; ou mediante outros instrumentos, anulassem a impossibilidade de agir à distância, criando os comandos controlados por rádio que desencadearão sobre a terra a vingança demoníaca das deflagrações à distância, dos raios mortais e criações semelhantes de marca satânica.
Também se conseguirem assaltar outros planetas e criar raios poderosos como o raio do meu sol e captar as ondas que eliminam, para o ouvido e olho, as mais ilimitadas distâncias, Eu não poderei nunca dizer-vos que é lícito abolir a Lei da Caridade, da Continência, da Honestidade, da Humildade. Não, Eu nunca poderei dizer-vos. Mas sim, agora e sempre vos digo e direi: Sede benditos se vós usais a inteligência a descobertas para o bem de todos. Sede malditos se desonram a vossa inteligência com ilícito comércio com o Mal para gerar obras de maldade e destruição”.
E sobre isso chega. Ao invés, Eu falo pelo que te pode ser conforto e guia.
No Eclesiástico cap. 33 v. 11-15 é dito que diversos são os destinos do homem.
Quem marca o vosso destino? Este é um grande ponto a ser estabelecido para não cair no erro. Erro que pode ser origem de pensamentos blasfemos e também de morte da alma. O homem às vezes diz: “Já que o destino o faz Deus, Deus foi injusto e malvado com este, porque o golpeou por desgraças”.
Não, minha filha. Deus nunca é malvado e injusto. Vós sois míopes e não vedes que muito mal e somente as coisas que estão próximas às vossas pupilas. Então, como podeis saber o porque – escrito no Livro do Senhor – do vosso destino? Como podeis vós, da Terra, partícula de pó rolando no espaço, entender o que é a verdadeira Verdade das coisas escritas no Céu? Como dar um nome certo a uma coisa que acontece a vós?
O menino ao qual a mãe dá remédio, chora, diz feia e malvada é sua mãe, procura recusar esse remédio que a ele, parece inútil e repugnante. Mas a mãe sabe que não o faz por maldade mas por bondade, sabe que a autoridade à qual recorre naquele instante para ser obedecida, não é má, mas reveste-se de uma majestade que a embeleza, ela sabe que aquele remédio é necessário para a sua criatura, e com caricias e com voz severa obriga tomá-lo. Se a mãe pudesse tomá-la em seu lugar para curar o seu pequeno doente, quanto ela não tomaria!
Também vós sois meninos em comparação ao bom Pai que vós tendes nos céus. Ele vê as vossas doenças e não quer que estejais doentes. O vosso Pai de amor, vos quer saudáveis e fortes, e vos doa os remédios para tornar as vossas almas robustas, para endireitá-las, curá-las, torná-las, não somente saudáveis mas também belas.
Se Ele pudesse dispensar-vos de chorar, acreditais que não o faria? Ele, cujo Coração só de amor é atravessado das lágrimas de seus filhos? Mas a cada um o seu tempo. Ele fez tudo para vós, para levar-vos à saúde eterna. Ele até se exilou dos Céus, espremeu seu Sangue até a última gota para dar-vos, remédio santíssimo que cura todas as chagas, vence todas as doenças e reforça todas as fraquezas.
Agora é o vosso tempo. Dado que, apesar da Palavra descida dos Céus a dar-vos a direção da Vida e apesar do Sangue derramado para vos redimir, não soubestes separar-vos do pecado e neste sempre recais. Ele, o Eterno que vos ama, vos dá um castigo no sofrimento, mais ou menos grande segundo a altura que vos quer levar, ou, ao ponto ao qual quer fazê-los espiar em terra, a vossa dívida de filhos desertores.
Existem, é verdade, criaturas que sofrem para tornar-se brilhantes de dupla luz na outra vida. Mas tem outras que devem sofrer para limpar sua estola manchada e alcançar a luz. Estas são a maioria. Mas – é um contrassenso mas é verdade – são estes aqueles que mais se revoltam e dizem que Deus é injusto e ruim porque os enche de sofrimento. São os mais doentes e se crêem os mais sãos.
Mais um está na Luz mais aceita, ama, deseja o sofrimento.
Aceita quando já está na Luz.
Ama quando está na Luz por duas vezes.
Deseja e pede o sofrimento quando está três vezes na Luz, nela imergida e vivente. Quanto mais um está na treva mais foge, odeia e se revolta ao sofrer.
Fogem: as almas fracas que não possuem as forças para fazer o grande mal e o bem mas simplesmente avançam aos erros de uma vida espiritual enrolada nas névoas da fraqueza e das culpas veniais e têm um medo incompressível por qualquer pena, seja ela qual for.
São espíritos sem esqueleto, sem força.
Odeiam: os corrompidos aos quais o sofrimento é obstáculo para continuar os vícios de qualquer natureza, e odeiam esta grande mestra de vida espiritual.
Se revolta: o grande pecador, totalmente vendido a Satanás. Acrescenta delitos sobre delitos espirituais, chegando até ao auge da revolta que são a blasfêmia, o suicídio ou homicídio, só para vingar-se (assim ele crê) do sofrimento.
Nesta, a obra paterna de Deus se muda em fermentação do mal, porque este grande pecador está amassado com o Mal, como farinha amassada com a levedura, e o Mal, como levedura na elaboração do sofrimento, incha neles e os torna pão para o Inferno.
A qual dessas três categorias pertenceu? A qual agora você pertence? Em qual vai querer ficar? Não é necessária a resposta. Eu a conheço. É por isso que te falo e estou com você (com Maria Valtorta).
Às vezes o homem diz: “Se temos o destino marcado, é inútil fatigar e lutar. Deixemo-nos ir, tanto está tudo marcado”.
Isso é um perigoso erro. O destino é conhecido por Deus, é verdade, mas vós o conheceis? Não. Não o conheceis hora a hora.
Trago um exemplo: Pedro me negou. No seu destino estava marcado que ele devia conhecer este erro. Ele se arrependeu por ter negado Deus e Deus o perdoou e o levou a ser Sumo Pontífice. Se ele persistisse em seu erro, poderia tornar-se Meu Vigário?
Não digam: ele era destinado. Nunca se esqueçam que Deus conhece os vossos destinos, mas o destino o faz você. Deus não viola a vossa liberdade de agir. Ele dá os meios e os conselhos, as chamadas de atenção para fazer-vos retornar ao bom caminho, mas se não quiseres este caminho, Ele não vos força.
Vós sois livres. Criou-vos maiores de idade. A felicidade de Deus é quando permaneceis na casa do Pai, mas se dizeis: “Eu quero ir embora”, Ele não vos impede. Chora por vós e se aflige por seu destino. Mais do que isso, Ele não quer fazer, porque fazendo-o vos levaria aquela liberdade que vos deu. A felicidade de Deus é quando, vós compreendeis, na fome das carestias, que somente na casa do Pai está a felicidade, e vós voltais a Ele. Para quem, com sacrifícios e orações, sobretudo essas duas, e ainda com palavras, consegue tornar-se um filho, terá a felicidade e o apreço de Deus. Mas, mais que isso não.
Saibam porém, que aqueles que estão na minha mão, são como a argila macia na mão do oleiro, são os prediletos do meu Coração. A minha mão está sobre eles, doce como uma carícia. As minhas carícias os forma dando a estes a minha impressão e semelhança de brandura, humildade, caridade, pureza, e a mais linda de todas a semelhança: a minha de Redentor.
Porque são estas as almas que continuam a minha missão de Redentor, às quais Eu digo sempre “obrigado”, que entre as bênçãos é a mais protetora. E, se a toalha de Verônica é santa porque nela está o meu rosto, que vão ser estas almas que são o meu verdadeiro rosto?
Coragem, Maria! A minha paz está contigo. Eu estou com você. Não temas».[1].
Note
[1] Maria Valtorta, I Quaderni del 1943, 17 settembre, CEV isola del Liri (Italia) – 1985, pp. 375-379. Tradução do italiano para o portoguês do Brasil por Mario Calabrò.