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Jesus explica o que é o Inferno

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A vida começa onde se pensa que acabou. Jesus revela a Maria Valtorta as consequências para quem não escolhe, na vida terrena, o ardor de Deus, mas se deixa enganar pelo Satanás e suas seduções. O Inferno existe, é a herança dos que rejeitam o Verdadeiro Amor e a única Felicidade.

Descrição do Inferno

Diz Jesus:

«Uma vez Eu te fiz ver o Monstro do abismo. Hoje falarei do seu reino. Não posso sempre manter-te no Paraíso. Lembre-se que você tem a missão de tornar visível a verdade aos seus irmãos que demasiadas vezes às esquecem. Esses esquecimentos, que na verdade, são desprezo de verdades eternas, trazem muitos males aos homens.

Escreva portanto esta página dolorosa. Depois te confortarei. É a noite da sexta-feira. Escreva olhando o seu Jesus que morreu na cruz com tais torturas que são comparáveis às do Inferno. Eu quis tal morte, para salvar os homens da Morte.

Os homens desse tempo não acreditam mais na existência do Inferno. Se conceberam um de acordo com o do seu gosto, sendo menos aterrorizante para à própria consciência merecedora de muito castigo. Discípulos, mais ou menos fiéis ao Espírito do Mal, sabem que a própria consciência deixaria de fazer pecados se acreditasse realmente no Inferno, assim como a Fé ensina; eles sabem que a própria consciência, ao ter pecado, iria retornar a si mesma e neste remorso encontraria o arrependimento, no medo encontraria o arrependimento e no arrependimento o caminho para voltar a Mim.

A malícia que está neles, ensinada por Satanás, do qual são servos ou escravos (em conformidade à aderência aos desejos e às sugestões do Maligno), não quer estas regressões e estes retornos.
Portanto, anula a crença do Inferno como é realmente, e constrói uma outra, quando isso acontece, que é uma parada para buscar impulso para outras futuras elevações.

Incentiva esta sua opinião ao ponto de crer, com sacrilégio, que o maior de todos os pecadores da humanidade, o filho amado de Satanás, aquele que era um ladrão como é dito no Evangelho[1] e, como Eu digo, um concupiscente e ansioso de glória humana, o Escariote, que por fome da tríplice concupiscência se fez vendedor do Filho de Deus e por trinta moedas e com o sinal do beijo – um valor de moeda irrisório e um valor afetivo infinito – me entregou nas mãos do carnífice[2], possa redimir-se e atingir-Me através de etapas posteriores.

Não. Se ele foi o sacrílego por excelência, Eu não o sou. Se ele foi o injusto por excelência, Eu não o sou. Se ele foi aquele que derramou com desprezo o meu Sangue, Eu não o sou. Perdoar a Judas seria sacrilégio à minha Divindade traída por ele, seria injustiça para todos os outros homens, sempre menos culpados dele e que também são punidos pelos próprios pecados, seria desprezo ao meu Sangue, seria enfim renegar as minhas leis.

Eu digo: Eu Deus, Uno e Trino, que o que é destinado ao Inferno permanecerá para a eternidade, porque dessa morte não se sai para uma nova ressurreição. Eu digo que aquele fogo é eterno e que nele vão ser recebidos todos os causadores de escândalos e iniquidade. Nem creiam que esta situação seja até o momento do fim do mundo. Não, que, pelo contrário, depois da terrível conferência, ainda mais implacável se fará aquela demora de choro e tormento, pelo fato que, o que ainda é permitido aos seus hospedes de ter, para suas diversões – puder causar danos aos viventes e ver novos condenados precipitassem no abismo – não será mais, e a porta do reino horrendo de Satanás será fechada, trancada pelos meus anjos, para sempre, para sempre, para sempre. Um sempre cujo número de anos não tem número e, em relação ao qual, se os anos se tornassem grãos de areia de todos os oceanos da terra, seriam menos de um dia desta minha eternidade sem medida, feita de luz e glória no alto para os benditos, e feita de trevas e horror para os malditos no inferno.
Eu te disse que o Purgatório é fogo de amor. O Inferno é fogo de rigor.
O Purgatório é o lugar onde, pensando em Deus, cuja Essência vos brilhou no momento do juízo particular e vos encheu de desejo de possuí-la, vós expiais as faltas de amor ao Senhor teu Deus. Mediante o amor, alcançais o Amor e, por graus de caridade sempre mais viva, lavais vossa veste ao ponto de torná-la branca e resplandecente para entrar no reino da Luz onde Eu te mostrei o esplendor dias atrás.

O Inferno é lugar onde o pensamento de Deus, a lembrança de Deus vislumbrada no juízo particular não é, como para os purgantes, um desejo santo, uma saudade veemente cheia de esperança repleta de tranquila espera, de segura paz – sabendo que a atingirá quando se tornar conquista de Deus, mas já dá ao espirito uma atividade purgativa contente porque cada sofrimento, cada estante do seu sofrer o aproxima do seu amor, Deus -mas é remorso, angústia, maldição e ódio para si mesmo.

Depois de adorar Satanás em vida, em vez de á Mim, agora que o possuem e veem seu verdadeiro aspecto, não escondido no sorriso sedutor da carne, no luzente brilhar do ouro e no potente sigilo da predominância, agora o odeiam porque é a origem dos seus tormentos.

Depois de ter esquecido sua dignidade de filhos de Deus, ter adorado os homens ao ponto de ser homicidas, ladrões, enganadores, vendedores de imundícies para estes; agora que reencontram os seus patrões para os quais mataram, roubaram, enganaram, venderam a própria honra e à de tantas criaturas infelizes, frágeis, indefesas, tornando-as instrumento do vício que nem os animais conhecem – a Luxúria: atributo do homem envenenado por Satanás – agora o odeiam porque é a origem dos seus tormentos.

Depois de ter adorado si á mesmo, dando para a carne, para o sangue, para os sete apetites da carne e do sangue todas as satisfações, pisando sobre a Lei de Deus e da moralidade, agora se odeiam porque vêem ser a origem dos seus tormentos.

A palavra “Ódio” recobre este reino desmesurado, ruge entre as chamas, grita nas risadas dos demônios, soluça e uiva nos gemidos dos condenados, toca, toca, toca como um sino a martelo, toca como trombeta de morte, enche a parte mais profunda dessa cadeia; é, de si mesmo tormento, porque reitera por cada tocada a lembrança do Amor perdido para sempre, o remorso de querê-lo perder, o tormento por não poder nunca mais vê-lo.

A alma morta, entre estas chamas, da mesma forma como corpos jogados na fogueira ou em crematório, se contorce e geme como se estivesse animada outra vez por uma ação vital e se acorda para entender o seu erro, e morre e renasce em continuação com sofrimentos atrozes, porque o remorso a mata em uma blasfêmia e a morte a leva a reviver para um novo tormento.
Todo o crime de ter traído Deus no tempo, está a frente da alma para a eternidade, todo o erro de ter recusado Deus na vida vai ser seu tormento constante para a eternidade.

No fogo, as chamas simulam as larvas do que adoraram na vida, as paixões pintam-se em aquecidas pinceladas com os aspetos mais apetitosos, e guincham , guincham a lição: “Quiseste o fogo das paixões. Agora tens o fogo aceso por Deus, por ter zombado seu Fogo sagrado”.

Fogo responde a fogo. No Paraíso é fogo do perfeito amor. No Purgatório é fogo de amor purificador. No Inferno é fogo do amor ofendido. Já que os eleitos amaram perfeitamente, o Amor a eles se doa em sua Perfeição. Já que os purgantes amaram tibiamente, o Amor faz-se chama para levá-los à perfeição. Já que os malditos queimaram-se com todos os fogos, menos os de Deus, o Fogo da ira de Deus os queima pela eternidade. E no fogo é o gelo.

O que é o Inferno não podem imaginar. Tomai tudo que é tormento do homem em terra: fogo, chama, gelo, águas que submergem, fome, sono, sede, feridas, doenças, pragas, morte, e façais a soma de tudo e elevem-na por milhões de vezes. Não tereis uma larva dessa terrível verdade.

Ao fogo insustentável será unido o gelo sideral.Os condenados se inflamaram por todos os fogos humanos, tendo gelo espiritual somente para o seu Deus, o Senhor. E gelo os aguarda para congelá-los depois que o fogo os tiver salgado como peixe posto sobre a chama para assar. Tormento no tormento este passar do ardor que derrete, ao gelo que condensa.

Olhe que não é fala metafórica, porque Deus pode fazer que as almas, pesadas pelas culpas cometidas, tenham sensibilidade igual às da carne, também antes de ter assumido essa carne. Vós não sabeis e não acreditais. Mas em verdade vos digo que vos conviria suportar todos os tormentos dos meus mártires em lugar de uma só hora dessa tortura infernal.

A escuridão vai ser o terceiro tormento. Escuridão material e espiritual. Estar para sempre nas trevas depois ter visto a luz do Paraíso, e ser abraçado pela treva após de ter visto a Luz que é Deus!
Rebolar-se neste horror de trevas onde se ilumina somente, com o brilho do espírito queimado, ao nome do pecado pelo qual está neste horror. Nas reviravoltas dos espíritos que se odeiam e se prejudicam uns aos outros, não achar ponto de apoio exceto no desespero, que os torna loucos e sempre mais malditos. Alimentar-se dele, apoiar-se a ele, suicidar-se com ele. A morte alimentará a morte[3], foi dito. O desespero é morte e alimentará esses mortos pela eternidade.

Sou Eu que o digo, Eu que, embora tendo criado esse lugar, quando desci para tirar do Limbo aqueles que aguardavam a minha vinda, tive horror, eu, Deus, tive horror; e se não fosse porque coisa feita por Deus é imutável porque perfeita, teria desejado torná-lo menos atroz, porque sou o Amor e daquele horror tive dor.

E vós quereis andar.

Pensai, ó filhos, nesta minha palavra. Aos doentes é dado amargo remédio, aos atingidos por câncer a cauterização e ceifado o mal. Esta mensagem é para vocês, doentes e cancerosos, medicina e cautério de cirurgião. Não a rejeitem. Utilize-a para vos curar. A vida dura somente poucos dias da terra. A vida começa quando achais que acaba, e não terá mais fim.

Fazei que para vós seja aquela onde a luz e o amor de Deus fazem boa a eternidade e não seja onde Satanás é o eterno atormentador»[4].


Note

[1] João 12,4-6.

[2] Mateus 26,14-16 e 47-50; Marcos 14,10-11 e 43-46; Lucas 22,3-6 e 47-48; João 18,1-3.

[3] Não tomado literalmente, este conceito é frequentemente encontrado na Bíblia, especialmente no Apocalipse.

[4] Maria Valtorta, I Quaderni del 1944, 15 gennaio, CEV isola del Liri (Italia) – 1985, pp. 69-73. Tradução do italiano para o portoguês do Brasil por Mario Calabrò.

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